sábado, 25 de julho de 2009

A rota do tráfico no Sertão, O Ministério Público da Paraíba apresentou ontem denúncia contra as 15 pessoas presas na operação "Conexão Sertão",


O Ministério Público da Paraíba apresentou ontem denúncia contra as 15 pessoas presas na operação "Conexão Sertão", feita pela Polícia Federal (PF) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A ação desarticulou uma quadrilha que, de acordo com os documentos aos quais a reportagem teve acesso com exclusividade, traficava crack no sertão da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

Segundo esses documentos, a organização criminosa tinha grande influência no comércio de drogas ilegais procedentes da Colômbia e da Bolívia. O esquema de narcotráfico, que tinha como principal substância vendida a cocaína em forma de crack, ocorria articulado com diversos estados brasileiros que abasteciam a região, entre eles o RN. Há fortes indícios de participação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no encaminhamento da droga. A quadrilha foi desarticulada e 15 pessoas tiveram a prisão preventiva decretada.


O processo do MP/PB foi iniciado ontem na Comarca de Santa Luzia (a 261,2 km de João Pessoa). A partir disso, será investigado o envolvimento da quadrilha em crimes de associação para o tráfico e tráfico de entorpecentes, previstos na Lei 1.343/06. O material, ao qual a reportagem teve acesso com exclusividade, revela que a cidade de Patos funcionava como sede do esquema que abastecia os municípios de Sousa, Itaporanga, Santa Luzia, Cajazeiras, bem como a cidade potiguar Caicó.


As conversas do grupo demonstram que a droga vendida era de boa qualidade, associando o produto à gíria "Capa de Revista". Pelo esquema de tráfico internacional de drogas, a cidade de Patos é apontada como principal ponto na rota de cocaína, com uma estrutura montada em local reservado a criminosos com contas a prestar à Justiça. Trata-se da Penitenciária de Segurança Máxima de Patos, onde traficantes comandavam o comércio de cocaína através de um disque-droga nas dependências da unidade e comandada por Silberto Pereira Morais, que fazia contatos através de telefones celulares e acertava com outros presos estratégias para montar uma rede de distribuição com o maior número possível de pessoas em várias cidades do Sertão da Paraíba.


FONTE: DIARIO DE NATAL

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