quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Promotor cobra delegado para o caso F Gomes, e que a Secretaria de Segurança o eleja como PRIORIDADE

O promotor Geraldo Rufino de Araújo Júnior, falou nesta terça-feira, 1 de fevereiro, ao Blog sobre a paralisação na investigação em torno da morte de F Gomes, ocorrida no dia 18 de outubro de 2010.

O tom de voz do promotor era de indignação por causa de várias questões que nós passamos a pontuar aqui.

Inicialmente ele disse que achava importante que os ouvintes e familiares de F Gomes saibam o que está acontecendo. “Claro que nós não podemos contar detalhes da investigação, mas é importante que todos saibam da angustia que nós do Ministério Público e da Justiça, estamos passando”, desabafa. Isso também é porque o caso atualmente não tem um delegado atuando.

Ele relata como as autoridades chegaram a Caicó, um dia após a morte de F Gomes, se mostrando preocupadas e dispostas a se empenharem ao máximo pela elucidação do crime.

“Naquele dia todo mundo veio para Caicó, o governador na época, Iberê Ferreira, as autoridades, e todos diziam a mesma coisa. Vai ser uma prioridade. Não têm nada mais importante hoje do que se esclarecer à morte de F Gomes, mas infelizmente só ficou claro até agora quem matou, que foi o Dão, mas não ficaram claras as razões que o levaram a cometer o crime, disse.

Mais enfático, Geraldo Rufino afirma que tudo não passou de conversa. “Eu tenho que dizer uma coisa, essa prioridade ficou só no discurso. Por quê? Porque foi designado um delegado especial, um excelente delegado, que foi Ronaldo Gomes, mas ele nunca foi destinado para este caso”, dispara.

Segue relatando como eram as vindas de Ronaldo Gomes a Caicó, para cumprir as diligências que a investigação pedia.

“O que acontecia era o seguinte: ele (Ronaldo Gomes) chegava a Caicó, e logo aparecia algo que o tirava daqui. Eu não estou dizendo que isso era de propósito, mas ele nunca pode ficar totalmente dedicado a este caso”, diz.

Um fato lamentável é que o delegado, não tinha por parte do Governo do Estado, o repassem das diárias para o deslocamento até Caicó. Ele vinha pagando despesas do próprio bolso, “Isso não é justo”, reclama, e segue perguntando: “Então, que prioridade é essa?”.

Durante a investigação, o pouco que se conseguiu apurar aponta para a participação de outras pessoas envolvidas na morte de F Gomes. O próprio promotor confirma essa informação.

“A nossa angustia é porque nós temos certeza que existe mais alguém além de Dão envolvido na morte de F Gomes. Nós temos uma série de elementos neste inquérito que mostram isso, e esta pessoa está ai fora, pra cima e para baixo, solto sem receber a punição devida”, afirma.

O preso, João Francisco dos Santos, o “Dão”, depois que voltou do presídio provisório na região da grande Natal, já foi ouvido duas vezes pelo promotor e pelo juiz Luiz Cândido Villaça, mas ele se mostra irredutível no que diz respeito à não dizer os nomes dos outros envolvidos.

O promotor Geraldo Rufino, inclusive confirma que lhe foram oferecidas vantagens, mas ale não aceita. “O que a gente podia fazer para oferecer vantagens ao Dão, para ele dizer alguma coisa, nós fizemos, como a delação premiada, etc. Eu tive com ele já duas conversas e nada”, afirma.

O representante ministerial fez um apelo à população de Caicó, para que se mobilize cobrando das autoridades a elucidação do crime.

“Eu convoco a população a fazer alguma coisa. Juntem assinaturas na sua rua, e mande pra Governadora, pro Secretário de Segurança, mande pras rádios, mande pra Justiça e pro Ministério Público, cobrando a designação de um delegado e a elucidação da morte de F Gomes urgentemente. Se mobilizem!”, clama.


Fonte: Sidney Silva

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