A Relatoria para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou o assassinato dos jornalistas José Pontes de Souza e Francisco Gomes de Medeiros, e pediu ações ao governo do Brasil.
Em um comunicado difundido em Washington, onde fica a sede da Organização dos Estados Americanos (OEA) -- à qual é vinculada a CIDH --, a relatoria solicitou às autoridades "a realização de investigações rápidas e diligentes para esclarecer o motivo dos crimes, identificar e sancionar adequadamente os responsáveis".
Souza era diretor e presidente do jornal Entre-Rios, da cidade fluminense de Três Rios, e foi morto em 30 de outubro em Paraíba do Sul, no mesmo estado. Já Medeiros trabalhava em uma rádio e foi assassinado em 18 de outubro em Caicó, no Rio Grande do Norte.
Citando informações do Brasil, a relatoria assinalou que o homicídio de Souza foi provocado por "uma pessoa desconhecida que atirou em sua cabeça". No caso de Medeiros, o organismo apontou que "um sujeito disparou em várias oportunidades em frente a sua casa", e que ele "foi levado com vida a um hospital local, onde faleceu".
“Recentemente, Gomes [de Medeiros] havia denunciado uma suposta compra de votos em troca de droga por parte de políticos da comunidade de Caicó, no primeiro turno das últimas eleições gerais brasileiras", realizado em 3 de outubro, continuou o órgão da CIDH.
A relatoria "exortou" o governo a "impedir a impunidade destes crimes com o impulso decidido das investigações, o julgamento e sanção adequada de quem forem os responsáveis, assim como a justa reparação aos familiares das vítimas".
No final do mês passado, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) já havia pedido às autoridades brasileiras que investigassem e punissem os responsáveis pela morte de Medeiros.
Ontem, a organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) também condenou o assassinato de Souza, e recordou que este era o terceiro jornalista morto em 15 dias no país -- além dos dois, também foi morto Wanderley dos Reis, do jornal Popular News da cidade paulista de Ibitinga, em 16 de outubro.
Fonte: Tribuna do Norte
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