domingo, 10 de abril de 2011

Médico Vander Weyden envia Nota ao nosso Blog


Escrevo algumas informações adicionais que julgo importantes para melhor compreensão do acontecido. É um pouco longo, mas necessário.


1) Saí de Recife-PE em direção a Caicó por volta das 14h do dia (08/04).


2) Ao passar por João Pessoa-PB, fui parado no posto da Polícia Militar daquele estado. Para mim, isto é rotina; faço esta viagem Recife-Caicó de 1 a 2 vezes no mês, e quase sempre sou abordado pela operação Manzuá.


3) Ao ser parado em João Pessoa, perguntaram se eu poderia dar carona a dois policiais saindo de serviço. Concordei e trouxe os policiais militares de João Pessoa até Campina Grande; deixei-os na operação Manzuá de Campina Grande. As bagagens destes policiais vieram junto às minhas, na mala do carro.


4) Prossegui viagem em direção a Caicó. Por volta das 19h, estava passando pela cidade de Várzea-PB. Ainda no perímetro urbano da cidade, pude avistar, de longe, viaturas policiais e vários homens da polícia militar da Paraíba, num local bem iluminado. Tomei as providências de costume: reduzi a velocidade do carro, baixei os vidros e acendi a luz interna do veículo. Imaginei que seria parado, o que não aconteceu; passei lentamente pelos policiais, que me mandaram prosseguir.


5) Pelo forte armamento da tropa em Várzea, imaginei que aquela não era uma blitz de rotina; julguei que estavam à procura de pessoas específicas, provavelmente criminosos. Passei a guiar o carro com mais atenção do que de costume.


6) Após fazer a última curva antes do chamado "Trevo da Palma", conecta Caicó, São João do Sabugi e o próprio distrito da Palma, comecei a reduzir a velocidade para contornar o trevo. À medida que diminuia a velocidade, pude notar, neste trecho extremamente mal iluminado, que havia um carro, que não pude identificar, e cerca de três pessoas saindo do acostamento em direção à pista, os quais também não pude identificar.


7) Não tendo eu como saber quem eram aquelas pessoas, e já tendo passado por uma blitz bem sinalizada, imaginei que ali, no trevo da palma, estavam criminosos. Sem muito tempo para pensar, minha reação foi acelerar e tentar contornar o trevo o mais rápido possível. Enquanto fazia a curva, percebi os disparos no carro, e a única coisa que pude fazer foi baixar a cabeça e seguir em frente. Avisei, desesperadamente, por meio de "cortes de luz" às pessoas que vinham na direção contrária, tentando evitar que elas seguissem em frente.


8) Após passar pela parede do Itans, pude avistar de longe, assim como em Várzea, uma viatura policial num local bem iluminado. Fiz a mesma coisa que em Várzea: reduzi a velocidade, baixei os vidros e acendi a luz interna do veículo.


9) A viatura na parede do Itans fechava a passagem de qualquer carro. Parei o meu e avisei para os policiais que acabara de ser alvejado. Ordenaram que eu saísse do carro e deitasse ao chão para ser revistado. Tentei explicar o que havia acontecido, informando a eles que "as pessoas que atiraram estavam no trevo da Palma". Apenas neste momento, deitado ao chão e sendo revistado pela polícia, fui informado que eu havia furado um bloqueio policial.


10) Como é possível perceber, minha atitude no trevo da Palma foi completamente diferente daquela que tive nas outras três barreiras policiais pelas quais passei, bem como na última, a da parede do Itans. Fiz o que fiz com pouco tempo para refletir, e vendo à minha frente um carro e várias pessoas em local escuro, sem nada que me permitisse reconhecê-los.



Atenciosamente, Vander Weyden.

Um comentário:

Cid disse...

Tá explicando o que irmão você não tem culpa ...

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